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revista
Latin
aero
tano de Titã, confrmando que ela deve ter
se formado muito depois Titã em si.
Trabalhos anteriores, considerando a
evolução do interior de Titã, previram que a
última grande erupção de metano ocorreu
entre 350 milhões e 1,35 bilhões de anos
atrás, enquanto a contagem de crateras
pela Cassini estima que a superfície atual
tenha entre 200 milhões e um bilhão de
anos. Pela primeira vez, estimativas datam
a idade do metano da atmosfera de Titã em
menos de um bilhão de anos.
Atividade sazonal de Titã
Um conjunto de recentes trabalhos cientí-
fcos, muitos deles baseados em dados
da sonda Cassini, revelam novos detalhes
da emergente imagem de como a lua de
Saturno, Titã, muda com as estações e até
mesmo durante o dia. Publicado na revista
Planetary and Space Science em uma edi-
ção especial intitulada “Titan through Time”,
esses trabalhos mostram como esta lua de
Saturno é uma prima – embora muito pe-
culiar – do nosso próprio planeta.
“Como um todo, esses papéis nos fornecem
algumas novas peças do quebra-cabeças que
é Titã”,
disse C. Nixon que co-editou a edi-
ção especial com R. Lorenz, um cientista da
equipe Cassini com base no Johns Hopkins
University Applied Physics Laboratory, em
Laurel, Maryland,
“Eles nos mostram em de-
talhes como a atmosfera e a superfície de Titã
e se comportam como as da Terra – com nuvens, chuvas, vales
com rios e lagos. Eles nos mostram que as estações mudam,
também, em Titã, embora de maneira inesperada.”
Um artigo encabeçado por S. Le Mouelic, um associado da
equipe Cassini no CNRS francês, na Universidade de Nantes
(Loire-Atlantique), aponta para o tipo de mudanças sazonais
que ocorrem em Titã com um conjunto das melhores ima-
gens da vasta nuvem polar do norte. Uma seleção recém-pu-
blicada de imagens – feita a partir de dados coletados pelo
espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho da
Cassini ao longo de cinco anos – mostra como a nuvem se
dispersou e despareceu com inverno mudando para prima-
vera no hemisfério norte.
A Cassini detectou pela primeira vez a nuvem, que os cien-
tistas acreditam ser composta de etano – etano, C2H6, é um
composto de hidrocarboneto que existe na natureza como
um gás inodoro e incolor à temperatura e pressão padrão –
logo após sua chegada ao sistema de Saturno em 2004. A
primeira boa oportunidade para o aparelho observar o meio-
iluminado polo norte ocorreu em dezembro de 2006. Neste
período, a nuvem pareceu cobrir o polo norte completa-
mente dirigindo se para baixo até próximo da latitude 55° N.
Mas em imagens de 2009, a cobertura de nuvens tinha tantas
Number 3 - 2012
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age from Titan’s atmosphere at less than
one billion years.
Titan’s seasonal activity
A set of recent scientifc papers, many of
which draw on data from Cassini space-
craft, reveal new details in the emerging
picture of how Saturn’s moon Titan shifts
with the seasons and even throughout the
day. Published in the journal
Planetary and
Space Science
in a special issue titled “Titan
through Time”, these papers show how this
moon of Saturn is a cousin – though a very
peculiar cousin – of our own planet.
“As a whole, these papers give us some new
pieces in the jigsaw puzzle that is Titan,”
said
Conor Nixon who co-edited the special is-
sue with Ralph Lorenz, a Cassini team scien-
tist based at the Johns Hopkins University
Applied Physics Laboratory in Laurel, Ma-
ryland,
“They show us in detail how Titan’s
atmosphere and surface behave like Earth’s
– with clouds, rainfall, river valleys and lakes.
They show us that the seasons change, too, on
Titan, although in unexpected ways.”
A paper led by Stéphane Le Mouelic, a
Cassini team associate at the French Centre
National de la Recherche Scientifque
(CNRS) at the University of Nantes, points to
the kind of seasonal changes which occur
on Titan with a set of the best looks yet at
the vast north polar cloud.
A newly published selection of images –
made from data collected by Cassini’s visual and IR mapping
spectrometer over fve years – shows how the cloud thinned
out and retreated as winter turned to spring in the northern
hemisphere.
Cassini frst detected the cloud, which scientists think is
composed of ethane – ethane, C2H6, is a hydrocarbon com-
pound that exists in nature as an odourless and colourless gas
at standard temperature and pressure – shortly after its arrival
in the Saturn system in 2004. The frst really good opportunity
for the spectrometer to observe the half-lit north pole occur-
red on December 2006. At that time, the cloud appeared to
cover the north pole completely down to about 55° N lati-
tude. But in the 2009 images, the cloud cover had so many
gaps it unveiled to Cassini’s view the hydrocarbon sea known
as Kraken Mare and surrounding lakes.
“Snapshot by snapshot, these images give scientists concrete
evidence that Titan’s atmosphere changes with the seasons,”
said
Le Mouelic.
“We can’t wait to see more of the surface, in particu-
lar in the northern land of lakes and seas”
In data gathered by Cassini’s composite IR mapping spec-
trometer to analyze temperatures on Titan’s surface, not only
did scientists see seasonal change on Titan, but they also saw
day-to-night surface temperature changes for the frst time.
O espectrômetro de mapeamento
visual e infravermelho (VMS) captou
um enorme sistema de nuvens cobrindo
o polo norte de Titã. A composição
mostra a nuven, feita a 90.000 km de
distância, durante uma passagem pela
lua em 29 de dezembro de 2006. As
condensações podem ser a fonte dos
líquidos que preenchem os lagos desco-
bertos pelo equipamento de radar.
Cassini’s visual and IR mapping spec-
trometer (VIMS) has imaged a huge
cloud system covering the north pole
of Titan. This composite image shows
the cloud, imaged at a distance of
90,000 km during a 29 December 2006
flyby. Cassini’s VIMS scanned the moon,
revealing this huge cloud system. It co-
vers the north pole down to a latitude
of 62° N and at all observed longitudes.
The condensates may be the source of
liquids that fill the lakes discovered by
the radar instrument. © NASA