Page 40 - Latinaero_magazine_issue_02_March_2012

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Latin
aero
magazine
40
Por | By
Jean-Michel Guhl
Rafale em combate
Rafale at war
U
m caça desenvolvido de acordo com as necessidades militares francesas, além
de já provado em combate – após meses de incursões sustentadas sobre o
Afeganistão e a Líbia – o Rafale tem certamente demonstrado seu real valor em
operações de guerra. Primeiro para seus principais operadores, a Armée de l’Air e a
Aéronavale, mas – mais importante – também para potenciais clientes em todo o
mundo. Com mais de 100 Rafale já entregues à Força Aérea e Marinha francesas, a
Dassault Aviation alcançou um marco na carteira de encomendas e produção da
aeronave, que atualmente é de 190 aviões para a Força Aérea (71 Rafale C monopos-
tos e 79 Rafale B bipostos) e Marinha (40 Rafale M) francesas.
Sem considerar qualquer venda de exportação, a produção do Rafale para as
forças armadas francesas está supostamente garantida até 2019 e com previsão para
durar até 2025 – data planejada para o MLU (Mid-Life Update Program) obrigatório
da aeronave. O Rafale tem uma vida operacional projetada de pelo menos 50 anos
(até 2055-2065) e o atual plano do Ministério da Defesa francês é equipar a Aéro-
navale (Marinha) com um total de 58 Rafale M (o sufciente para armar três
fottilles
,
ou esquadrões aeronavais, embarcados no porta-aviões nuclear C
harles
-
de
-G
aulle
)
e a Armée de l’Air (Força Aérea) com um total de 228 Rafale B/C (o sufciente para
equipar uma dúzia de esquadrões).
Devemos lembrar o leitor que, até o término desta década, o caça polivalente
Rafale irá substituir todos os tipos de aviões de combate em serviço na França, ex-
ceto por aproximadamente 100 caça-bombardeiros Mirage 2000D e interceptadores
Mirage 2000-5F, que devem continuar em operação até pelo menos 2022-2025.
Nesta época, os Mirage F1, Mirage 2000N, Mirage 2000C e Super-Étendard restantes
já terão sido retirados do serviço ativo, com a maioria de suas missões assumidas
pelo Rafale e pelos Mirage 2000D modernizados, que provavelmente irão operar por
mais algum tempo em confitos de menor intensidade, comos os da África.
O Rafale : o “canivete-suiço” francês
Tirando máximo proveito de uma vasto e variado leque de armamentos e sistemas
dedicados, muitas vezes desenvolvido propositadamente em paralelo
[ver Latin­aero
N°1, página 30]
, o Rafale tem sido produzido lentamente por dez anos, com uma
taxa de produção de onze aeronaves por ano para a Força Aérea e Marinha france-
sas. Caso qualquer contrato de exportação seja garantido nos próximos anos, a pro-
dução poderá certamente chegar a três aeronaves por mês para atender a deman-
da. A linha de montagem em Bordeaux-Mérignac pode, sem problemas, absorver
este aumento de produção, desde que seus principais parceiros, como Thales (radar
e aviônicos) e Snecma (motores) também o façam. Já está tudo pronto para produzir
o primeiro dos 18 Rafale H necessários para equipar a Índia, até o fnal de 2014, com
seu primeiro esquadrão operacional de caças de combate médios (MMRCA).
Três principais versões desta aeronave genuinamente francesa tem existido
sucessivamente, explica o Brigadeiro Stéphane Reb, gerente do programa Rafale na
Direction Générale de l’Armement (DGA - a agência francesa de compras militares):
H
Standard F1
(Versão F1) para a Marinha francesa, a partir de meados de 2004 –
10 Rafale M e 3 Rafale C para a Força Aérea Francesa que agora estão sendo eleva-
dos à versão F3 – também chamado de Tranche 1. Armado com mísseis Magic II
(como os F-2000 da FAB), esses primeiros Rafale M só entraram rapidamente em
serviço para substituir o interceptador Vought F-8E (FN) da Marinha francesa.
Durante a operação Unified
Protector da OTAN contra o
regime de Gaddafi na Líbia,
em 2011, os Rafale da Força
Aérea e Marinha francesas
foram impecáveis, realizan-
do missões de sup­erioridade
aérea, reconhecimento
ou bombardeio sem
qualquer restrição.
During NATO’s operation
Unified Protector against
Gaddafi’s regime in Libya,
in 2011, the French Air
Force and Navy Rafales
performed flawlessly, ac-
complishing either air-sup­
eriority, reconnaissance or
precison bombing missions
without any restriction.
Número 2 - 2012
[ Parte 2 ]
operações de guerra da OTAN