Latin
aero
magazine
40
Por | By
Jean-Michel Guhl
Rafale em combate
Rafale at war
U
m caça desenvolvido de acordo com as necessidades militares francesas, além
de já provado em combate – após meses de incursões sustentadas sobre o
Afeganistão e a Líbia – o Rafale tem certamente demonstrado seu real valor em
operações de guerra. Primeiro para seus principais operadores, a Armée de l’Air e a
Aéronavale, mas – mais importante – também para potenciais clientes em todo o
mundo. Com mais de 100 Rafale já entregues à Força Aérea e Marinha francesas, a
Dassault Aviation alcançou um marco na carteira de encomendas e produção da
aeronave, que atualmente é de 190 aviões para a Força Aérea (71 Rafale C monopos-
tos e 79 Rafale B bipostos) e Marinha (40 Rafale M) francesas.
Sem considerar qualquer venda de exportação, a produção do Rafale para as
forças armadas francesas está supostamente garantida até 2019 e com previsão para
durar até 2025 – data planejada para o MLU (Mid-Life Update Program) obrigatório
da aeronave. O Rafale tem uma vida operacional projetada de pelo menos 50 anos
(até 2055-2065) e o atual plano do Ministério da Defesa francês é equipar a Aéro-
navale (Marinha) com um total de 58 Rafale M (o sufciente para armar três
fottilles
,
ou esquadrões aeronavais, embarcados no porta-aviões nuclear C
harles
-
de
-G
aulle
)
e a Armée de l’Air (Força Aérea) com um total de 228 Rafale B/C (o sufciente para
equipar uma dúzia de esquadrões).
Devemos lembrar o leitor que, até o término desta década, o caça polivalente
Rafale irá substituir todos os tipos de aviões de combate em serviço na França, ex-
ceto por aproximadamente 100 caça-bombardeiros Mirage 2000D e interceptadores
Mirage 2000-5F, que devem continuar em operação até pelo menos 2022-2025.
Nesta época, os Mirage F1, Mirage 2000N, Mirage 2000C e Super-Étendard restantes
já terão sido retirados do serviço ativo, com a maioria de suas missões assumidas
pelo Rafale e pelos Mirage 2000D modernizados, que provavelmente irão operar por
mais algum tempo em confitos de menor intensidade, comos os da África.
O Rafale : o “canivete-suiço” francês
Tirando máximo proveito de uma vasto e variado leque de armamentos e sistemas
dedicados, muitas vezes desenvolvido propositadamente em paralelo
[ver Latinaero
N°1, página 30]
, o Rafale tem sido produzido lentamente por dez anos, com uma
taxa de produção de onze aeronaves por ano para a Força Aérea e Marinha france-
sas. Caso qualquer contrato de exportação seja garantido nos próximos anos, a pro-
dução poderá certamente chegar a três aeronaves por mês para atender a deman-
da. A linha de montagem em Bordeaux-Mérignac pode, sem problemas, absorver
este aumento de produção, desde que seus principais parceiros, como Thales (radar
e aviônicos) e Snecma (motores) também o façam. Já está tudo pronto para produzir
o primeiro dos 18 Rafale H necessários para equipar a Índia, até o fnal de 2014, com
seu primeiro esquadrão operacional de caças de combate médios (MMRCA).
Três principais versões desta aeronave genuinamente francesa tem existido
sucessivamente, explica o Brigadeiro Stéphane Reb, gerente do programa Rafale na
Direction Générale de l’Armement (DGA - a agência francesa de compras militares):
H
Standard F1
(Versão F1) para a Marinha francesa, a partir de meados de 2004 –
10 Rafale M e 3 Rafale C para a Força Aérea Francesa que agora estão sendo eleva-
dos à versão F3 – também chamado de Tranche 1. Armado com mísseis Magic II
(como os F-2000 da FAB), esses primeiros Rafale M só entraram rapidamente em
serviço para substituir o interceptador Vought F-8E (FN) da Marinha francesa.
Durante a operação Unified
Protector da OTAN contra o
regime de Gaddafi na Líbia,
em 2011, os Rafale da Força
Aérea e Marinha francesas
foram impecáveis, realizan-
do missões de superioridade
aérea, reconhecimento
ou bombardeio sem
qualquer restrição.
During NATO’s operation
Unified Protector against
Gaddafi’s regime in Libya,
in 2011, the French Air
Force and Navy Rafales
performed flawlessly, ac-
complishing either air-sup
eriority, reconnaissance or
precison bombing missions
without any restriction.
Número 2 - 2012
[ Parte 2 ]
operações de guerra da OTAN