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Latin
aero
magazine
Número 4 - 2012
MI L I TARY AVIAT ION
planta industrial em Nizhny Novgorod.
Mas, de fato, isso teve muito mais a ver
com a chegada de Vladimir Putin ao
comando da Federação Russa e ao seu
desejo de não permitir que interesses
capitalistas ocidentais tivessem parti-
cipação ou qualquer controle parcial
sobre setores da extinta indústria militar
soviética.
Diante disso, hoje o Aermacchi M 346
Master é uma versão bastante modifca-
da e ocidentalizada da aeronave inicial-
mente produzida pelo empreendimento
russo-italiano, ao fnal do último milênio.
Apesar de ambas serem externamente
muito similares a olhos leigos, a aero-
nave produzida na Itália utiliza equipa-
mentos exclusivamente de fornecedores
ocidentais, tais como motores, avionics
e sistemas. Ambas usam um moderno
sistema de comandos "fy-by-wire". O
primeiro protótipo fez o seu roll out em
sete de junho de 2003, tendo voado
pela primeira vez em 15 de julho de
2004. A cabine de pilotagem é de última
geração para aeronaves de combate
e cada assento é equipado com um
head-up display
(HUD), sendo que cada
cockpit conta com três telas de cristal
líquido, coloridas, multifunção. Existe
ainda a opção de incluir um display,
acoplável ao capacete, com capacidade
de simulação de ameaças, equipamento
de visão noturna (NVG), compatível com
os instrumentos, além de controles inte-
grados ao manche e à manete (HOTAS –
Hands-On Throttle And Stick) que estão
alinhados ao que há de mais moderno
nos atuais jatos de combate. Ambas as
cabines estão dotadas com assentos
ejetáveis Martin Baker MK 16, o mesmo
usado nas diversas versões do JSF da
Lockheed Martin.
Um claro vencedor na esquina
Diante de contratos anteriormente
garantidos com a Força Aérea Italiana
para 6+9 aviões, com Cingapura para
12 aeronaves e com a recente decisão
de Israel de substituir a antiga frota de
TA-4 Skyhawks da sua força aérea por
30 Alenia Aermacchi’s M 346, caracteri-
zou-se uma verdadeira vitória comercial
para todo o grupo Finmeccanica que,
ao ter excitado o olho de um furacão
fnanceiro e de gestão, está agora atento
para tomar novas ações no mercado
internacional, ainda que um negócio de
40 aeronaves, frmado com os Emirados
Árabes Unidos, permaneça distante no
azul em virtude de um contrato inicial
que estaria supostamente "parado
sobre as especifcações". Pode parecer
um pouco óbvio, mas em vista da falta
de candidatos ocidentais modernos,
adequados e de tal calibre, o M 346 bem
que poderia vir a ser, um dia, uma boa
escolha para a OTAN. Espere para ver…
Uma curiosa cisão de nacionalidade
Nascido como Yak-130, depois de um
voo inaugural em 1996, e mais tarde
transformado em M 346, sob um acordo
com a Alenia (que assumiu o controle
em 1990 da famosa empresa italiana de
aviação Macchi), esse jato de treina-
mento da nova geração passou por
um pitoresco processo de divisão de
nacionalidade ainda na sua infância.
O resultado foi, de fato, dois caminhos
paralelos, que podem ser descritos
como comedidos, porém estáveis, em